28.12.09

Há psiquiatras e psiquiatras... psicólogos e psicólogos...

Apesar de eu muito reclamar da psiquiatria e da psicologia e de seus métodos repressores, devo admitir que há psiquiatras e psicólogos REALMENTE bem intencionados e que lutam pelo bem dos pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos e pelos direitos humanos. Lutam pelo direito de viver com dignidade, e não apenas viver, ou melhor, não apenas SOBREVIVER, ou melhor ainda, não apenas viver pela caridade dos profissionais, e sim viver porque é importante para o mundo, e não porque a vida é importante como dizem alguns hipócritas, mas sim porque as pessoas são importantes para o mundo.

Os psiquiatras e psicólogos realmente bem intencionados lutam pelo que eles acham que todos deveriam lutar, não querem que as pessoas se vejam acolhidas por caridade, mas que as pessoas vejam que são importantes. Esses são os psiquiatras e psicólogos HUMANITÁRIOS.

Os psiquiatras e psicólogos humanitários não lutam pelo bem da psiquiatria e da psicologia, como os psiquiatras e psicólogos CORPORATIVISTAS fazem. Esses psiquiatras e psicólogos humanitários infelizmente são uma minoria.

Os psiquiatras e psicólogos humanitários

No fundo, esses psiquiatras e psicólogos humanitários nem acreditam nos fundamentos da psiquiatria e da psicologia para o tratamento dos chamados transtornos mentais e suas consequências, mesmo porque tais pessoas estudam e sabem que a doença mental, chamada de transtorno mental, não pode ser compreendida com as teorias dos livros ou das palestras das faculdades, nem com a visão superficial de uma residência médica. É preciso ter toque humano, aproximação humana.

Mas de que outra forma eles poderiam ajudar as pessoas com tais sofrimentos se não se tornando psiquiatras e psicólogos? De que outra forma eles poderiam se aproximar mais sem serem considerados intrusos nesse universo fechado da psiquiatria, da saúde mental?

Psiquiatras e psicólogos corporativistas

Os psiquiatras e psicólogos corporativistas são profissionais demais. Eles querem promover suas profissões, mostrar que suas profissões são muito importantes. Mesmo que para isso seja necessário esconder coisas erradas. Os psiquiatras e psicólogos humanitários estão mais preocupados com a vida humana, se importando pouco em promover sua profissão.

“Nós estamos aqui trabalhando! Somos profissionais!” É isso que a gente geralmente ouve dos psiquiatras e psicólogos corporativistas. Por outro lado ouvimos dos psiquiatras humanitários “Precisamos fazer valer os direitos humanos. As pessoas devem ter direito de serem ouvidas com respeito e valorizadas, pois são importantes! Isso é nosso dever como seres humanos!” É claro que qualquer hipócrita poderia dizer isso. Na verdade nós vemos essas palavras nas ações dos psiquiatras e psicólogos humanitários.

Se você é psiquiatra ou psicólogo, ou deseja ser, não porque são profissões lindas, mas sim para defender os direitos humanos, defender o SER HUMANO, parabéns. É uma tarefa nobre. Assim como é nobre o assistente social que age de maneira humanitária, assim como qualquer outro profissional em saúde mental.

Feliz Ano Novo.

26.12.09

Mulher que derrubou o papa Bento 16 já esteve internada na Suíça

da Ansa, em Roma

A mulher que na última quinta-feira, pouco antes da Missa do Galo, derrubou o papa Bento 16 na Basílica de São Pedro é originária da comuna suíça de Frauenfeld, no cantão da Turgóvia, segundo informações de uma TV local.

Também de acordo com essa fonte, Susanna Maiolo, de 25 anos, já permaneceu internada em uma clínica psiquiátrica durante vários meses entre 2006 e 2008.

Na quinta-feira, momentos antes do início da Missa do Galo, que neste ano foi rezada pela primeira vez a partir das 22h, Maiolo conseguiu burlar a segurança do Vaticano e avançou na direção do Papa quando ele se aproximava do altar.

Embora tenha sido interceptada por um agente, ela ainda assim conseguiu puxar o pontíficie, que foi ao chão. Apesar do susto, Bento 16 se recompôs rapidamente, socorrido por auxiliares, e presidiu a cerimônia normalmente.

Susanna Maiolo foi presa e posteriormente encaminhada a um hospital, onde foi medicada. Segundo informações do Vaticano, ela aparentava estar "psicologicamente instável". No ano passado, a mulher tentou um ato similar, mas foi contida antes de se aproximar do Pontífice.

O diretor da comunidade psiquiátrica Wohngruppe Kanzler, situada em Frauenfeld, Rolf Kessler, disse estar "chocado e consternado" com o tumulto causado por Maiolo. A jovem, de nacionalidade suíço-italiana, passou dois anos na instituição.

"Vi pela internet as imagens da noite de Natal na Basílica de São Pedro e fiquei sem palavras", afirmou.

Segundo o médico, Susanna deixou a comunidade psiquiátrica há um ano e meio. Ele disse desconhecer o que ocorreu com a ex-paciente desde então. "Posso somente dizer que fiquei muito, muito surpreso com a notícia", acrescentou.

Kessler garantiu que Maiolo nunca causou problemas no período em que esteve internada. A comunidade Wohngruppe Kanzler é uma pequena instituição de tratamento psiquiátrico que pode receber até 14 pessoas.

Sobre os motivos que poderiam ter levado a mulher a avançar sobre o Papa, o médico afirmou que sua fé "não é diferente da média, e certamente não tão forte para que seja considerada uma maníaca religiosa que poderia fazer um gesto desse".

Visita

Na manhã de hoje, o pai e a irmã de Susanna Maiolo foram à instituição para a qual ela foi levada após o incidente. O lugar fica fora de Roma.

Os familiares, que vivem na Suíça e chegaram ontem à noite à Itália, teriam dito aos médicos, em um encontro de cerca de uma hora, que estão preocupados com a repercussão do caso, que poderia agravar o estado de saúde da paciente.

Por este motivo, pediram à equipe para não permitir que Maiolo tenha qualquer contato com o mundo exterior.

Fonte: Folha Online

Conclusão: ex-paciente psiquiátrico não pode nem protestar

Incrível como a psiquiatria explica tudo. De uma maneira bem... simplista. A moça foi protestar empurrando o Papa, e... pimba! explicaram o comportamento dela dizendo, ou melhor, diagnosticando que ela já tinha sido internada no hospício, daí o comportamento "fanático". Bacana.

Se eu for empurrar o Papa como protesto vão explicar a situação dizendo que eu já estive internado. Nem pensar em protestar empurrando o Lula, ou jogando sapatos como fizeram com o Bush!

Pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos devem evitar fazer tais protestos! Parece que ex-paciente psiquiátrico não pode nem protestar.

Senão, por sua segurança fica sem "qualquer contato com o mundo exterior". Em outras palavras, vai pro hospício.

25.12.09

Psiquiatra diagnosticando - Charges

(Publicado originalmente no mês de dezembro, 2009. Atualizado no dia 26 outubro de 2012).



As charges ao lado não visam todos os psiquiatras, mas somente aqueles que gostam de promover a psiquiatria. E que gostam de colocar psicotrópicos como grande solução para os problemas de certas pessoas, na verdade o maior número de pessoas possível. Dependendo de alguns deles, pelo jeito, solução para TODAS AS PESSOAS!

Esses psiquiatras acabam por colocar as teorias da psiquiatria acima da vida humana. Pois não admitem que os pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos possam viver sem psicotrópicos, não admitem que pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos possam viver sem medicação. Claro que valorizando tanto os medicamentos eles deixam no ar que eles estão interessados nos lucros que os medicamentos trazem... e no dinheiro que o grande número de consultas traz.

Ainda bem que há psiquiatras honestos, mais interessados na vida humana, que suspendem as medicações de seus pacientes, sabendo que é o melhor para uma pessoa viver e pensar livremente, sem influência de drogas.

24.12.09

Carta de despedida de Leila Lopes - atriz que se matou com ajuda de psicotrópicos

"Não chorem, não sofram, eu estou ABSOLUTAMENTE FELIZ!!! Era tudo o que eu queria: ter paz eterna com meu Deus e, se possível, com minha mãe. Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus. Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada em Esteio, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele. Realmente não soube administrá-lo e fui ludibriada por pessoas de má fé várias vezes, mas sempre renasci como uma fênix que sou e sempre fiquei bem de novo. Aliás, eu nunca me importei com o ter. Bom, tem muito mais sobre a minha vida, isso é só para verem como não sou covarde não, fui uma guerreira, mas cansei.

É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais morar em lugar nenhum. Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz! Estou cansada, cansada de cabeça! Não agüento mais pensar, pagar contas, resolver problemas... Vocês dirão: Todos vivem!!! Mas eu decidi que posso parar com isso, ser feliz, porque sei que Deus me perdoará e me aceitará como uma filha bondosa e generosa que sempre fui.

Aos meus fãs verdadeiros; aos jornalistas imparciais; ao Walter Negrão e sua esposa Orphilia; a LBV; ao Eduardo Gomes; ao prefeito de Itu, Herculano Neto e toda a sua equipe e ao meu amigo Zé meu muito obrigado. Às emissoras que trabalhei, obrigada. E aos colegas maravilhosos, muita luz! A todos os sites dignos que acompanharam a minha vida, SUCESSO!!! Ego, Esther Rocha, Thiago, Odair Del Pozzo, Felipe Campos, não se sintam esquecidos. Não posso citar nomes de amigas, pois aí seria um livro, mas Sueli você é a irmã que eu não tive. Márcia, seja sempre feliz amiga. Magrid, obrigada por tudo! Andréia, do TV Fama, beijo amiga. Tadeu (di Pietro) cadê você??? Desculpe a quem eu esqueci, a vida foi muito mais maravilhosa do que sofrida para mim. Obrigado Jesus, Nossa Senhora e meu Deus, perdoem-me e recebem-me como a filha honesta e bondosa que sempre procurei ser! Fiquem com Deus, todos! Leila Lopes.

Se existe sentimento maior que o amor, eu desconheço!"

Fonte: Yahoo!Notícias.

Lamento que Leila Lopes tenha se suicidado. Mesmo quando acho que todos devem ter o direito de se suicidar sem ser reprovado. O que me preocupa é que ela disse que estava cansada. Isso não motivo para se suicidar. Quem está cansado pode se afastar do mundo e viver feliz isolado. Simples.

Não se mate nesse Natal

Eu apoio um suicídio do tipo SEPPUKU, o suicídio honrado, em que uma pessoa se mata para não se entregar ao inimigo, por exemplo. Apoio também o suicídio por protesto. Assim como o suicídio do tipo KAMIKAZE. O suicídio kamikaze é do tipo em que a pessoa se mata por ideal, como o pessoal do oriente médio faz ao se lançar em um avião contra um prédio americano indo para a morte apenas para golpear o inimigo! Todos esses suicídios eu poderia cometer com muita honra e prazer. Mas, se matar por estar cansado... se matar para encontrar Deus...

Quem se mata para encontrar Deus está desesperado. Ninguém se mata por cansaço. O que me parece evidente é que Leila Lopes se matou por estar tomando psicotrópicos, ou seja medicação psiquiátrica. Infelizmente essa é uma realidade que temos que encarar: quem toma psicotrópicos têm mais probabilidade de cometer suicídio do que quem não toma.

Como aconteceu com Brittany Murphy que também deve ter se matado por causa de psicotrópicos. Enfim, você pode até tomar psicotrópicos, mas deve estar consciente de seus efeitos e lutar por novos tratamentos, e lutar para que parem de usar drogas que levam tantas pessoas a morte como forma de tratamento.

É difícil para mim ter que dizer para uma pessoa que faz tratamento psiquiátrico que se ela continuar tomando psicotrópicos e tentando acreditar que é um remédio que faz bem a longo prazo ela vai acabar se suicidando por causa desse "remédio".

Mas se você até toma o psicotrópico, mas tem consciência de que são drogas que já levaram muitas pessoas ao suicídio seu inconsciente acaba protegendo você.

Portanto meu desejo para o Natal é... não se suicide nesse Natal.

Apesar de eu não apreciar a data, para todos pacientes psiquiátricos, ex-pacientes psiquiátricos, familiares, simpatizantes e profissionais de saúde mental FELIZ NATAL.

VIVA A VIDA!!!

19.12.09

O Bom Familiar de Paciente Psiquiátrico

No trato do familiar com o paciente psiquiátrico e com o ex-paciente psiquiátrico volta e meia aparece aquele familiar que diz que familiar sofre mais que o paciente psiquiátrico por causa da doença mental do paciente. Geralmente dizem isso por que esses familiares acham que certos pacientes psiquiátricos e ex-pacientes psiquiátricos dão muito trabalho e são um grande fardo, que só alguém MUITO BRAVO pode suportar.

Mas é claro que esses familiares não vão dizer isso quando estão se fazendo de vítimas dizendo que sofrem mais que os pacientes psiquiátricos. Eles dizem que como mães, pais, etc, eles sofrem muito ao ver o sofrimento dos parentes pacientes psiquiátricos. QUE HIPOCRISIA!!!

Francamente. Nenhum familiar amoroso de fato ia chegar ao ponto de dizer que sofre mais que o paciente psiquiátrico. Ao contrário. Ia tentar se colocar no lugar do paciente psiquiátrico. Esse bom familiar nunca ia considerar seu parente um fardo, como fazem os familiares que dizem que sofrem mais que o paciente. E pode ter certeza que o bom familiar existe, apesar de não se encontrar facilmente.

E, é claro, não há possibilidade de um familiar sem doença mental sofrer mais que o paciente psiquiátrico por causa da doença mental.

O bom familiar na verdade existe, esse pode até cometer erros e falhas, mas ama seu parente paciente psiquiátrico. Geralmente os bons familiares visitam os seus parentes pacientes psiquiátricos nos hospícios da vida, apesar das dificuldades. Se encontram seus parentes pacientes psiquiátricos feridos no hospital psiquiátrico fazem todo tipo de protesto, chegando ao ponto dos psiquiatras querer considerá-los doentes também para se safar.

Alguns familiares não tão empenhados ao ver o familiar paciente psiquiátrico ferido só reclamam TIMIDAMENTE com a equipe do hospital psiquiátrico, se indignam, apesar de não tomarem nenhuma medida drástica. Mas infelizmente têm aqueles familiares que não fazem nada e chegam a insinuar para o paciente psiquiátrico que a culpa foi dele, ou da doença dele... Isso não é familiar... é um monstro que precisa aprender a virar gente. É pior que quem causou as feridas no paciente psiquiátrico.

E, é claro, o bom familiar pode ser forçado a internar o parente paciente psiquiátrico. Mas acompanha o que está acontecendo e, é claro, tira o seu parente do hospital psiquiátrico o quanto antes. (Principalmente porque bons familiares sentem o perigo que é um hospital psiquiátrico com seus métodos sinistros.)

E acima de tudo o familiar que ama não abandona o familiar que ele internou, sendo necessário que outro o tire do hospício, ou que a pessoa tenha que ir para uma residência terapêutica.

Os bons familiares de usuários de saúde mental (pacientes psiquiátricos, ex-pacientes psiquiátricos) estão frequentando conselhos de saúde, frequentam Movimentos políticos como o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial ou frequentam a Associação de Familiares de Doentes Mentais (AFDM), buscando melhores formas de acompanhamento.

Os familiares razoáveis podem não fazer nada disso, mas ao menos não esquecem seus familiares internados, nem os internam por preconceitos, ou porque o suposto paciente psiquiátrico está "enchendo o saco", nem porque o suposto paciente o contrariou.

claro que muitos familiares internarão porque o paciente psiquiátrico (em potencial)está dando muito trabalho. Mas é compreensível. As vezes é demais para algumas pessoas. Mas acredite, os bons familiares suportam assim mesmo.

P.S.: Gostaria de lembrar que estou falando a partir da visão de familiar. Apesar de ter sido paciente psiquiátrico, tenho familiares que morreram pacientes psiquiátricos, no meio do "tratamento". Falo mais sobre isso depois.

17.12.09

Festa consulta, festa terapia ou não sei o quê

Ontem (16/12) foi a festa de Natal do CAPS Rubens Corrêa, de Irajá. Ou melhor, a festa que os técnicos prepararam para os usuários. Ou, como eles dizem, "a festa dos paciente".

Pois a festa de Natal do CAPS na verdade será hoje. A festa dos técnicos, proibido entrada de usuários e familiares, sem serviço no CAPS.

Quanto a festa dos usuários, não é uma festa de verdade. Se fosse de verdade para que a necessidade dos técnicos fecharem o CAPS hoje (17/12) para fazer uma festinha particular no CAPS? Por que eles poderiam considerar a festa dos usuários ex-pacientes psiquiátricos como festa e participar e tudo?

Talvez porque na festa dos usuários eles tenham que ter trabalho com usuários que podiam causar alguma agitação. Algum "paciente" poderia bagunçar.

Se queriam fazer uma festinha particular por que não deixaram para depois do serviço? Por que usuário não pode entrar nessa festa? Vai rolar coisa que usuário não pode ver? Vai rolar bebida alcoólica? Vai rolar sexo and Rock'n'Roll? Ou coisa mais pesada? Não sei. Queria saber.

Infelizmente esses técnicos de saúde mental não estão preparados para lidar com os ex-pacientes psiquiátricos como pessoas. Tanto que eles insistem em chamar todo mundo de paciente.

Outra vez eu disse para uma técnica de saúde mental que o uso do computador era terapêutico. Não só para meus companheiros usuários do CAPS, mas também para mim.

Ela usou esse meu argumento para defender a idéia de que o CAPS é um hospital, e que tudo que tudo que os "pacientes" fazem lá é terapia e consulta e por isso devem ser chamados de pacientes.

Esse tipo de técnico não deve entender o que quer dizer CAPS. Não entendem que é um Centro de Atenção Psicossocial. Social. Não é hospital não senhor. Se fosse estaria no nome. Mas do jeito que eles chamam todo mundo de paciente nesse lugar, não está sendo nem hospital. Está sendo um mini-hospício.

O que a gente faz quando usa o computador, por exemplo, é buscar inserção social. Quando ouvimos música e dançamos estamos interagindo socialmente. Porque o CAPS é um centro de atenção social. Por isso eu luto tanto para haver computação e MÚSICA no CAPS. Para a parte de inserção social não se perder.

É terapêutico sim, mas a terapia não é a principal função. Um certo cantor disse que a música era terapêutica para ele e nem por isso foi chamado de paciente, nem era paciente.

Do jeito que nos chamam de paciente, a festa de ontem foi uma festa consulta, festa terapia, sei lá. Pois, como já disse, para os técnicos não foi festa. Foi trabalho. Trabalho para eles terapia para os usuários, e consulta, pois deveriam estar observando o comportamento de cada "paciente" psiquiátrico.

Ufa!! Que trabalhoso para eles. Poderão relaxar hoje na festinha de verdade no CAPS.

P.S.: O que eu quero dizer nessa postagem é que esses técnicos deveriam aprender a tratar os ex-pacientes psiquiátricos como pessoas, e ter uma festa normal com essas pessoas sem necessidade de duas festas.

Na boa. Deveriam esquecer a possibilidade de alguém passar mal e relaxar. Pois todo mundo passa mal. Não apenas quem tem quadro psiquiátrico.

3.12.09

Polícia suspeita que Leila Lopes TAMBÉM se suicidou com antidepressivos

Ao que parece Leila Lopes é mais uma celebridade que se matou com os psicotrópicos que deveriam salvar sua vida. Veja a notícia Polícia investiga morte de Leila Lopes como suicídio. Acho que nem preciso falar mais do perigo desses antidepressivos e de outros psicotrópicos, pois os fatos falam por si.

Fotos do VIII Encontro Nacional da Luta Antimanicomial

Clique para ver em tamanho ampliado.Ao lado vemos a abertura do VIII Encontro Nacional da Luta Antimanicomial, abrindo com o Encontro Nacional de Usuários e Familiares.




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Clique na imagem para visualizar ampliado.

1.12.09

VIII Encontro da Luta Antimanicomial - 2009 (Em São Bernardo do Campo SP)

O povo paulista é bem gentil, pacífico e simpático. Eu fui perceber isso no tempo que estive em São Paulo. O problema de São Paulo são os poderosos de lá.

Ficamos no mesmo hotel usuários e técnicos, usuários e técnicos de várias partes do Brasil, inclusive de São Paulo. Até o Paulo Amarante estava no mesmo hotel dos usuários. E imagine que o gerente do hotel logo fez reclamação contra os usuários? Não foi contra os hóspedes, não foi contra os técnicos, não foi contra os cariocas, foi contra os usuários.

Nunca tinha havido nenhuma reclamação desse tipo em outros encontros. Só em São Paulo.

Depois, diante da mesa comandada por um psiquiatra paulista, eu fiz umas propostas e o psiquiatra paulista nem perdeu tempo anotando e depois ele leu as propostas de todos (que não eram usuários) menos as minhas.

Realmente o pobre povo paulista deve sofrer nas mãos desses poderosos paulistas.

Realmente eu reclamo dos políticos do Rio de Janeiro, mas pelo menos eles não ignoram a gente com essa cara de pau.

Flamengo Neles!!!!

Por isso, no ônibus, na volta do Encontro da Luta Antimanicomial, vascaínos, botafoguenses, tricolores (torcedores do fluminense) e flamenguistas, é claro, comemoravam juntos a vitória do Flamengo contra o Corinthians e a derrota do São Paulo, que claro, deixou o título nas mãos do Flamengo. (Estávamos no ônibus na hora do jogo.)

Essa era uma forma de afogar as mágoas. E é claro, uma forma de dar o troco, mesmo sabendo que os paulistas poderosos e indiferentes são minoria em São Paulo.

FLAMENGO NELES!

Clamando por abertura!!!!!

Nesses Encontros da Luta antimanicomial eles têm algo que eles chamam de GTs, Grupos de Trabalho. A ideia desses GTs é discutir um certo tema e pensar em propostas para enviar para os gestores.

Mas o problema é que os temas desses GTs são previamente escolhidos pelos doutores, de acordo com suas conveniências. Daí que eu, com muita dificuldade, escolhi um GT, pois estava difícil escolher, a maioria dos temas não tinha nada a ver.

Nesse GT eu disse uma proposta, e, acredite, os doutores paulistas nem se deram ao trabalho de anotar. Ficaram discutindo as propostas dos técnicos e familiares como se nós usuários que estávamos lá não tivéssemos proposto nada.

Minha proposta era para o bem de todo paciente psiquiátrico e ex-paciente psiquiátrico, as propostas dos técnicos, com todo respeito, estavam mais para jogadas políticas. Se eles eram incapazes de ouvir a nós, ex-pacientes psiquiátricos, como poderiam saber do que precisamos? Como poderiam saber do que pacientes psiquiátricos precisam?

Na verdade os Encontros da Luta Antimanicomial são para usuários ver. Quem manda propostas mesmo são os técnicos. Os usuários mal tem voz. A única coisa que os usuários podem fazer lá é cantar, desenhar... já que tem momentos para os usuários cantarem e desenharem, mas não tem momentos para os usuários falarem sobre suas situações, pontos de vista...

A coisa está sufocante a tal ponto que usuários e familiares de todo Brasil começam a falar mais e mais em fazer seus encontros separado desses técnicos repressores e conservadores. todos clamam por uma ABERTURA, como aconteceu no fim da ditadura no Brasil.

Em números o Encontro da Luta Antimanicomial foi um grande sucesso. Pessoas de vários estados estiveram presentes. Pessoas do Amazonas, de Santa Catarina, do Mato Grosso, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, da Bahia, por exemplo, estiveram presentes.