27.3.14

Irmãos (A verdadeira vida de Ezequiel)

Encontrei dois de meus colegas de infância ao visitar o bairro onde eu vivia. Paulo estava carregando uma caixa de cerveja, enquanto Vítor conversava comigo. Ele recordava alguns eventos da infância, e contava-os, entusiasmado, a um outro rapaz que eu não conhecia:
- Esse aí e o outro foram jogar pedras nas abelhas!

Vítor estava recordando o momento em que eu e um de meus irmãos (não me lembro qual) decidimos jogar pedras numa casa de abelhas. Acho que não preciso dizer o que aconteceu. As pessoas não têm ideia da PERSISTÊNCIA desses bichinhos! A gente correu, correu, e correu! A gente já tinha corrido mais de uns 200 metros. E quando eu já achava que tínhamos escapado das abelhas, senti os bichos grudados em minhas orelhas, chorando desesperado, eu tentava arrancá-las... elas saíam, mas deixavam o ferrão de recordação! Nem me lembro o que passaram no meu corpo para aliviar as ferroadas das abelhas. E nem me lembro quanto tempo passei arrancando ferrões. Mas me lembro bem que um dos vizinhos decidiu fazer mel com as abelhas...

Foi aí que o Vítor passou a recordar o vergonhoso momento em que meu irmão mais velho foi surrado e seria morto, por ter estuprado a enteada e a própria filha:
- Iam matar o cara, aí eu e o falecido Bebeto fomos falar com eles. O cara fez aquelas coisas porque estava doente! Nós dissemos para eles que seria uma covardia matar um cara que estava doente da cabeça para ter feito aquilo.
Vítor estava falando dos milicianos, que, revoltados, estavam prontos para matar meu meio irmão, por ele ter estuprado a enteada e a filha.

Eu não falei com o Vítor o que eu gostaria de falar, pois acho que ele me interpretaria mal. Pois para ele me entender, ele teria que conhecer esse meu meio irmão como eu conheço. Eu morava na casa onde meu irmão estuprou minha sobrinha, lá na Baixada Fluminense. Depois eu fui morar na cidade do Rio de Janeiro, e quem ficou morando na casa da Baixada foram meus irmãos, que levaram suas mulheres. Daí então, a casa onde eu vivi se tornou local de estupro e de violência contra mulheres. Um de meus irmãos estuprou a própria filha REPETIDAS VEZES, e o outro batia na mulher, covardemente.

Ao sair do manicômio pela primeira vez, eu fui nessa casa da baixada visitar esse meu meio irmão. Difícil colocar em palavras a expressão daquele meio irmão, o jeito de pacífico. Não me lembro se naquele dia ele quis orar por mim, mas começou a discursar num tom bem pacífico, com uma voz mansa e pausada:
- A mente humana é um fio muito tênue...
Muito expressivo, ele fazia com os dedos um fio, em que ele demonstrava que era necessário tomar muito cuidado para não arrebentar o delicado fio da mente.
Poucos meses depois eu soube dos estupros.

A grande diferença entre meu irmão mais velho de todos que não era filho de meu pai e o meu irmão filho mais velho de meu pai, é que meu irmão mais velho de todos fazia maldades, mas sentia remorsos. Por isso, meu amigo de infância achou que ele estivesse doente mentalmente. Mas o irmão filho mais velho de meu pai NUNCA mostrou nenhum remorso.

Vou descrever meus irmãos aqui, explicando as características de cada um:

1° Irmão
Meu irmão mais velho de todos 18 anos mais velho que eu, e filho de outro pai. Ele foi um grande orador, fascinante na fala, ao ponto de ter chegado a se tornar pastor e líder de uma igreja. Meu irmão mais velho não era um orador de voz ríspida como o Hitler, mas de voz mansa, como o Bispo Macedo.

2º Irmão
O falecido Bebeto foi meu segundo meio-irmão, metido a malandro, envolvia-se com gente barra pesada, mas tinha alguns códigos de honra, e sempre foi TRABALHADOR. O único de meus irmãos a ter algum código de honra. Enquanto meus outros irmãos queriam a casa da Baixada de graça (por acharem que tinham muito direito), Bebeto queria comprar a casa.
Esses dois irmãos, minha mãe teve antes de casar com meu pai. Portanto são meus meios-irmãos, irmãos apenas da parte de mãe.

Daí vem meus irmãos filhos de meu pai e de minha mãe, meus irmãos germanos.
3º Irmão
O irmão germano mais velho, filho mais velho de meu pai, é 5 anos mais velho que eu. Quando criança, ele era muito bom para construir brinquedos, patinetes, carimbos, subir em árvores, entrar em poços, roubar frutas nos vizinhos, subir em telhados sem escada... tudo isso ele fazia melhor que qualquer um de nós. Se bem treinado, provavelmente ele poderia se tornar num grande técnico de informática e eletrônica em geral, pois, claramente, tem mais facilidade que todos nós seus irmãos para mexer em equipamentos eletrônicos. Infelizmente, parece que ele tem dificuldade para terminar o que começa, e costuma deixar muitas coisas pela metade. Com estudo, ele poderia ser um Professor Pardal, mas sem estudo, infelizmente, está mais para Professor Gavião. Nossos governantes precisam parar de estragar nossos professores pardais, e parar de transformá-los em professores gaviões pela falta de uma educação que atraia a todos e inclua a todos.

4º Irmão
O último de meus irmãos é 2 anos mais velho que eu. Esse era muito bom com artes. Esse não tem o grande talento do irmão mais velho de todos, provavelmente desenvolveria grande talento pelas artes, se perseverasse como o mais velho de todos fez. Ele também não tem a frieza do filho mais velho de meu pai, mas tem o hábito de se envolver em negócios duvidosos, negócios suspeitos, com pessoas duvidosas, parece atrair pessoas duvidosas. Parece que ele tenta copiar um pouco a habilidade de liderar do irmão mais velho de todos, e tenta copiar a frieza do filho mais velho de meu pai. Como o nosso meio irmão mais velho de todos, ele também às vezes sentia necessidade de beber para esquecer dos remorsos. O filho mais velho de meu pai nunca teve problemas com remorsos. Talvez por isso nunca tenha bebido. Sempre foi mais frio que a melhor Skol.

Primeiro o último de meus irmãos escrevia histórias ilustradas, como de uma flor que falava. Era uma história que lembrava bastante o estilo da história de Antoine de Saint-Exupéry, o Pequeno Príncipe, em que objetos falavam. Impressionante como um garoto em tão pouca idade conseguira escrever uma história de um gênero complicado como aquele. Num outro momento, ainda muito novo, ele improvisou uma bateria, e passou um bom tempo praticando com ela. Esses dotes artísticos se evidenciavam em desenhos de prédios e ruas, com uma perfeição que ninguém na família nunca conseguiu fazer. Ele também fez alguns cartuns, mas nunca se preocupou em se aperfeiçoar. Ele escrevia poesias em sua adolescência. Ele escrevia poemas principalmente quando tinha uns 15 anos de idade.

Esses são meus irmãos.

Uma Irmã
Além deles, há uma irmã, 8 anos mais velha que eu. Quase todos meus irmãos tocaram ou tocam um instrumento musical ou outro, mas todos cantavam terrivelmente mal. Apenas a irmã tinha uma voz melhor. Mas...
Uma peculiaridade de minha irmã é que ela é muito bonita. Ao ponto que hoje ela tem 2 filhas, uma com uns 13 anos e outra com 19. E, as filhas vão me desculpar, mas a mãe continua mais bonita que as duas.

A irmã e o irmão que é mais velho que eu 2 anos só me chamaram mais atenção pelo seu envolvimento com seitas estranhas e rituais macabros.

A irmã e o falecido irmão Bebeto são os únicos dentre meus irmãos que nunca se envolveram com abuso sexual.

Tema musical da publicação: Jerry Adriani - Forza Sempre (Álbum)

2 comentários:

  1. Anônimo1:27 AM

    desculpe pelo off-topic, acabei de ver no facebook que existe grupo de "cientistas" da universidade de oxfford que recebeu 2 bilhoes de dolares para fazer "pesquisas" sobre como torturar presos com drogas psiquiatricas. uma dessas pesquisadoras se chama...

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  2. Anônimo1:42 AM

    ... Rebecca Roache e ela é editora de um jornal de "etica" medica. Como sei que vc é ativista da luta antimanicomial pensei que talvez vc tenha interesse em pesquisar sobre esse tema, checar se essas informacoes sao verdadeiras e escrever sobre isso, talvez traduzir algum texto sobre isso, se for verdade Thomas Szasz esta se revirando em seu tumulo.

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